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ToggleO flúor, conhecido por sua eficácia na prevenção de cáries, está presente em pastas de dente, águas tratadas e produtos odontológicos. No entanto, estudos recentes têm levantado um alerta sobre os possíveis malefícios do flúor durante a gravidez, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento do cérebro do bebê.
Uma pesquisa publicada na revista científica Environmental International, com dados da coorte ELEMENT, realizada no México, mostrou que níveis elevados de flúor na urina de gestantes estavam associados à redução do QI em seus filhos, especialmente no aspecto não-verbal, que está relacionado à cognição visual e espacial.
Como o flúor pode afetar o cérebro em desenvolvimento?
Durante a gestação, o cérebro do feto está em formação intensa. Pesquisadores descobriram que níveis mais altos de flúor na urina materna (indicando maior ingestão) se relacionam com alterações no QI das crianças dos 4 aos 12 anos de idade.
Os resultados mostraram que:
- A cada 0,5 mg/L de aumento de flúor, houve redução média de 2,12 pontos no QI total
- O impacto foi ainda maior no QI não-verbal: perda média de 2,63 pontos
- O efeito sobre o QI verbal foi marginal, mas presente
Esses dados sugerem que a exposição ao flúor, mesmo em concentrações próximas às utilizadas na fluoretação da água, pode interferir no desenvolvimento neurológico fetal.
Possíveis explicações biológicas
Os pesquisadores destacaram dois mecanismos principais que explicam os efeitos negativos:
- O flúor pode alterar a função da tireoide materna, prejudicando o equilíbrio hormonal necessário para o desenvolvimento cerebral do feto
- Estudos experimentais em animais sugerem que o flúor pode causar danos ao hipocampo, estrutura do cérebro ligada à memória e aprendizagem
Esse conjunto de evidências reforça a necessidade de revisar o uso sistemático de flúor durante a gestação, mesmo em níveis considerados “seguros”.
O que dizem os órgãos de saúde?
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a fluoretação da água como medida eficaz contra cáries, mas admite que níveis excessivos representam riscos, como fluorose dental e, possivelmente, neurotoxicidade.
Nos Estados Unidos e no Canadá, cidades já começaram a reavaliar a quantidade de flúor adicionada à água. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) ainda não alterou as diretrizes, mas destaca a importância do uso supervisionado do flúor em crianças.
O que dizem os especialistas sobre o flúor e o cérebro infantil?
Um dos especialistas que vem se destacando na discussão sobre os riscos do flúor é o Dr Paulo Porto de Melo, neurologista e neurocirurgião. Em seu canal, ele comentou recentemente o relatório do, National Toxicology Program (NTP)ligado ao governo dos Estados Unidos, que associa o uso crônico de flúor à redução do QI em crianças.
Ponto de atenção no Brasil:
Segundo o Dr. Paulo, o limite de flúor considerado tóxico pelo NTP é de 1.5 mg/L, exatamente o mesmo limite permitido por normas brasileiras para a fluoretação da água potável. Isso levanta um alerta sobre a necessidade de revisão dessas diretrizes, já que mesmo dentro dos parâmetros legais, pode haver prejuízos ao desenvolvimento neurológico.
Como o flúor afeta o cérebro em formação?
O Dr. Paulo explica que o flúor pode interferir no funcionamento das mitocôndrias, que são as “usinas de energia” das nossas células. No cérebro infantil, onde o consumo energético é altíssimo — principalmente nos neurônios —, qualquer substância que afete essa produção de energia pode impactar diretamente no aprendizado, atenção e desenvolvimento cognitivo.
Além disso, ele ressalta que o flúor pode competir com o iodo, essencial para a função da tireoide, glândula que regula processos neurológicos desde a gestação. A deficiência de iodo é um fator conhecido de risco para atraso intelectual.
O que fazer se a criança já foi exposta?
De forma equilibrada, o médico reforça que não há motivo para pânico, pois os efeitos podem ser reversíveis com ações simples e contínuas. A recomendação é:
- Reduzir ou eliminar o flúor na rotina (pastas sem flúor, não ingerir água fluoretada)
- Investir em uma alimentação rica em micronutrientes
- Apoiar a saúde mitocondrial com hábitos saudáveis e, se necessário, suplementação orientada por profissionais
“Se não traz benefício comprovado, e pode trazer risco, por que manter na rotina?”, questiona o especialista em seu vídeo.
Devemos parar de usar flúor?
Diante das evidências recentes, especialmente aquelas que apontam o potencial impacto neurológico do flúor durante a gestação, a recomendação mais prudente é evitar o uso do flúor sistêmico e excessivo em gestantes e crianças pequenas.
Apesar do flúor ainda ser amplamente indicado na prevenção de cáries, o equilíbrio entre benefício e risco precisa ser revisto à luz de estudos sérios como o publicado na Environmental International.
Nossa recomendação:
- Gestantes devem evitar o uso de suplementos com flúor, inclusive águas altamente fluoretadas, sempre que possível.
- Para crianças pequenas, a exposição ao flúor deve ser mínima e restrita ao uso tópico com orientação profissional, evitando pastas em excesso, ingestão acidental e aplicações clínicas sem necessidade real.
- Flúor gel, enxaguantes ou bochechos fluoretados devem ser evitados antes dos 6 anos, a menos que exista uma indicação específica do odontopediatra.
A prevenção de cáries pode ser feita com medidas alternativas, como escovação regular com pastas sem flúor (especialmente em crianças que ainda engolem), alimentação equilibrada, redução de açúcares e controle da acidez bucal.
A decisão de usar ou não produtos com flúor deve ser feita de forma consciente, considerando os riscos que esse elemento pode representar para o cérebro em desenvolvimento.
Informação é prevenção
O flúor não é um vilão, mas seu excesso pode representar riscos reais para o cérebro em desenvolvimento, como apontam estudos recentes. Ao usarmos produtos fluoretados, principalmente durante a gestação e a primeira infância, é essencial estarmos bem informados.
Como pais e cuidadores, temos a responsabilidade de buscar equilíbrio entre os benefícios e os possíveis efeitos adversos — e isso começa pela escolha informada.
Se você já teve dúvidas ou mudou alguma rotina após saber desses dados, compartilhe sua experiência nos comentários. A troca de vivências pode fortalecer a rede de proteção das nossas crianças.
Fontes bibliográficas
Para garantir a credibilidade e transparência das informações apresentadas neste artigo, reunimos abaixo as principais fontes científicas e publicações especializadas utilizadas na construção do conteúdo:
- National Toxicology Program – U.S. Department of Health
Estudo oficial sobre toxicidade do flúor e impacto no neurodesenvolvimento infantil.
https://www.toxicology.org/about/relevance.asp - Estudo científico publicado no Environmental International
Pesquisa associando flúor à redução do QI não-verbal em crianças mexicanas.
Acesso ao artigo completo via PubMed Central - Harvard School of Public Health – Fluoride and IQ
Meta-análise conduzida por Harvard conclui associação entre flúor e QI mais baixo em crianças.
https://fluoridealert.org/pt/news/harvard-study-finds-fluoride-lowers-iq/ - Artigo técnico em ScienceDirect – Elsevier
Revisão toxicológica detalhada sobre os efeitos do flúor no sistema nervoso central.
Acesso direto ao PDF via ScienceDirect - Portal DrBicuspid – Especialidade Odontológica
Estudo reforça que flúor está ligado à queda no desempenho cognitivo não-verbal em crianças.
https://www.drbicuspid.com/dental-specialties/smile-design/restorations/article/15379212/study-ties-fluoride-to-lower-iq-nonverbal-deficits-in-kids