O que é enjoo na gravidez
O enjoo na gravidez é um dos sintomas mais frequentes durante o primeiro trimestre da gestação, especialmente entre a 6ª e a 12ª semana. Ele é caracterizado por uma sensação de náusea, geralmente acompanhada de vômitos, e ocorre devido às intensas mudanças hormonais no início da gestação.
Embora muitas gestantes sintam esse desconforto logo no começo, o enjoo pode se apresentar de maneiras diferentes. Algumas mulheres quase não percebem o sintoma, enquanto outras o vivenciam com mais intensidade — e em alguns casos pode evoluir para um quadro de hiperêmese gravídica, que requer cuidados médicos específicos.
O mais importante é saber que sentir enjoo no início da gravidez é completamente normal, e que existem estratégias naturais e seguras para aliviar esse desconforto.
Para entender melhor as fases do seu corpo, veja também o conteúdo sobre gravidez semana a semana – entenda cada fase do corpo.

Quando o enjoo na gravidez começa?
Na maioria dos casos, o enjoo começa entre a 6ª e a 8ª semana de gestação e tende a diminuir após o final do 1º trimestre, por volta da 12ª a 14ª semana. No entanto, algumas mulheres podem sentir náuseas leves até o segundo trimestre, enquanto outras vivenciam episódios intensos até o final da gravidez.
Esse sintoma é mais comum no período da manhã, mas também pode acontecer ao longo do dia, especialmente quando a gestante está cansada, com fome ou sente odores fortes.
Causas do enjoo na gravidez
As principais causas do enjoo estão relacionadas à ação dos hormônios produzidos no início da gestação:
- Aumento do hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana)
- Aumento do estrogênio e progesterona, que tornam o sistema digestivo mais lento
- Olfato mais sensível, que amplia reações a cheiros e alimentos
- Fadiga física e emocional, muito comum no início da gestação
- Reação do organismo à adaptação metabólica da gravidez
Mulheres com histórico de enjoos intensos em gestações anteriores, gravidez de gêmeos ou antecedentes familiares de hiperêmese gravídica têm maior chance de sentir náuseas mais fortes e por mais tempo.
Caso o enjoo venha acompanhado de vômitos excessivos, perda de peso ou sinais de desidratação, pode ser um quadro de hiperêmese gravídica e merece avaliação médica urgente.
Sintomas comuns do enjoo na gravidez
Os sintomas mais frequentes incluem:
- Náusea leve a moderada, com ou sem vômito
- Aversão a certos alimentos ou cheiros
- Mal-estar constante, especialmente ao acordar
- Falta de apetite
- Salivação excessiva
- Tontura leve associada à fome ou odores
- Fadiga e indisposição
Se os sintomas forem incapacitantes e não melhorarem com cuidados naturais, o obstetra poderá investigar sintomas de hiperêmese gravídica, especialmente se houver desidratação, perda de peso ou comprometimento da alimentação.
Quer entender melhor o que é hiperêmese gravídica e como diferenciá-la de um enjoo comum? Leia também: Hiperêmese Gravídica: o que é, sintomas e como tratar
Como aliviar o enjoo na gravidez naturalmente
Na maioria dos casos, o enjoo na gravidez pode ser amenizado com mudanças simples na rotina e cuidados com a alimentação. Veja as principais dicas:
1. Comer antes de levantar da cama
Deixe bolachas salgadas ou torradas ao lado da cama e consuma algo leve antes de se levantar.
2. Fazer refeições pequenas e frequentes
Evite o estômago vazio, fazendo pequenas refeições a cada 2 a 3 horas.
3. Evitar cheiros fortes
Reduza a exposição a perfumes, produtos de limpeza e alimentos com odores muito intensos.
4. Preferir alimentos neutros e cozidos
Arroz, batata, banana, maçã cozida e legumes no vapor são opções que ajudam a acalmar o estômago.
5. Beber líquidos em pequenos goles
Água gelada, água com limão ou chás suaves (como camomila e erva-doce) podem aliviar a náusea.
6. Usar gengibre com moderação
O gengibre tem propriedades antieméticas. Pode ser consumido em chá, balas ou ralado em pequenas quantidades.
7. Praticar respiração profunda e repousar
Momentos de relaxamento ajudam a controlar o mal-estar causado por ansiedade e estresse.
8. Testar aromaterapia com hortelã ou limão
O uso de óleos essenciais suaves pode ajudar a cortar a náusea em momentos críticos.
Enjoo final da gravidez: é normal?
Sim. Embora o enjoo seja mais comum no início, algumas gestantes relatam enjoo no final da gravidez, especialmente nas semanas que antecedem o parto. Isso pode ocorrer por:
- Compressão do estômago pelo útero aumentado
- Alterações hormonais típicas do 3º trimestre
- Ansiedade e cansaço físico
- Má digestão ou refluxo
Nesses casos, vale conversar com o obstetra para ajustar a alimentação e considerar o uso de remédio para gravidez caseiro (como chás leves), desde que liberado por um profissional de saúde.
Quando o enjoo exige acompanhamento médico?
Procure o obstetra se:
- Os vômitos são constantes e impedem a alimentação
- Há perda de peso significativa
- Aparecem sinais de desidratação (urina escura, boca seca, fraqueza)
- Os sintomas persistem mesmo após o 1º trimestre
- Há suspeita de hiperêmese gravídica
O médico pode solicitar exames e, se necessário, indicar medicamentos seguros. Um deles é a suplementação com vitamina B6, frequentemente usada para aliviar náuseas em gestantes.
Em casos graves, o uso de remédio para enjoo na gravidez será feito com acompanhamento médico, sempre considerando a segurança da mãe e do bebê.
Remédio caseiro para enjoo na gravidez
Algumas opções naturais podem ajudar a aliviar a náusea sem riscos, desde que com moderação e orientação:
- Chá de gengibre leve (não deve ser tomado em excesso)
- Suco de limão diluído em água
- Comer fatias finas de maçã ou pera geladas
- Torradas secas ou bolachas de água e sal
- Água gelada com gotas de hortelã
Importante: evite automedicação. Mesmo remédios para gravidez caseiros devem ser discutidos com seu médico ou nutricionista.
Ouça o seu corpo e procure acolhimento
O enjoo na gravidez é um sintoma comum, mas que merece atenção e cuidado. Com pequenas mudanças na alimentação, descanso e estratégias naturais, é possível passar por essa fase com mais conforto.
Entender que cada corpo reage de forma diferente é o primeiro passo para viver a gestação com mais leveza. E, se necessário, contar com apoio médico e emocional é sempre bem-vindo.
Fontes confiáveis
- Ministério da Saúde – Cartilha da Gestante
- FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
- Organização Mundial da Saúde (WHO)